quinta-feira

Vício bom

Um ano. Para muitos é apenas um conjunto de 12 meses. Para outros marca uma vida. Onde está o problema? O problema é que se originou um problema, demasiado problemático para ser incluído na lista de problemas diários de fácil resolução.
De uma forma empírica, “problema” é generalizado em demasia. Existem problemas, problemas e problemas. Problema? Problema é esquecer. Mas esquecer-te? Não é problema, é obrigação, forçada, é certo, mas obrigação. E dizem para esquecer, esquecer é solução. Mas não ajuda, esqueces-te que esquecer-te é difícil. Tal como uma paixão. Uma paixão é exarcebada, mas também corrompida pelo fogo que se sente pela primeira vez. O fogo que me obriga a, constantemente, pensar em tudo o que não está relacionado com tudo menos o fogo. Relacionado com tudo, digo tudo porque a vida engloba tudo, e a minha vida engloba esse tudo em que tu entras.
Por entre as entranhas do amor, encontro o sentimento que pensei que se escapulira com o tempo. Mas o tempo não é médico dedicado, não cura tudo, não cura nada que, a curto prazo, nos aprisione a uma obrigação. Não cura a obrigação esquecida de esquecer-te. Não cura as lágrimas que perderam o apoio dos meus olhos, mas que apoiaram o desgosto sôfrego da minha alma.
Um ano. Um ano de lamentações e adorações. Gritos silenciosos de dor que educaram a minha forma de ver o mundo. Ensinaste-me a viver. Abriste-me o caminho para a felicidade. Deixaste-me no caminho, exactamente naquele caminho que bifurcava alguns metros à frente. Bifurcação que me conduziria a uma ainda mais emotiva felicidade, ou a uma degradação da minha felicidade, que outrora, pensava eu, era eterna. Não. Esquecer-te é obrigação não cumprida. É uma filosofia de vida pouco visionária. E dói cá dentro, dói expor todo este sentimento que, por minha culpa, existe, mas alterado. Tudo poderia ser perfeito, mas as minhas atitudes não deixaram. Tal como eu agora não as deixo alterar esta decisão. Decisão que eu precisei de tomar para poder viver. Aprender com os erros? Tarefa concluída. Redenção? Ainda não, preciso de esquecer a necessidade de te esquecer. E acreditar que um dia me vou lembrar que não te esqueci porque sabia que ia conseguir ser feliz. Contigo. Contigo e com a tua amizade, a mais perfeita das que conheço.
Foi há um ano que te descobri. Há um ano que, diariamente, me vicio silenciosamente na tua maneira de ser.

Vício bom, este.



(Tenho que agradecer principalmente à Rita e ao Tiago pela força e pela ideia de criar o blog :D)

2 comentários:

Tiago Vasconcelos disse...

Nao precisas de agradecer. Tens o dom nas maos, escreves mesmo bem. ADORO'TE L <3

Anónimo disse...

Deves Pensar Qe Es Poeta xD

RubenVieira '