sexta-feira

algo diz "estou aqui presente
sempre que me achas ausente"
se parte, cola e deixa viver
se escapa, parte e deixa morrer.
então, se partiste deixaste viver
e se escapaste deixaste morrer
viveu a morte e o rancor
morreu a metáfora do amor.

algo pensa de forma diferente
um verso só, abandonado e carente
diz que não percebe, mas sabe que sente
tudo aquilo que diz "nunca se ressente"

o nada é o tudo que transforma tudo em nada
se assim o é, porque tudo de transforma em nada
porque existe o tudo, porque existe o nada
se tudo se pode resumir a nada?

mãe, não percebo nada.
pai, não percebo nada.

e se percebesse, importaria?
e se percebessem, que diferença faria?

eu faria muito, mas parece pouco.

Sem comentários: