sábado

O Medo

Medo. O teu medo foi a minha mágoa. Foi a história que começou e acabou. Tenho medo. Tenho medo de arquivar esta história. A experiência dita que não dá bom resultado. Esta inspiração vai ter um fim. Vai ter um fim, tal como esta história que (agora) escrevo.

Sonho com o dia em que finalmente a coragem vai aparecer, ou reaparecer. Não quero que me ensinem a ouvir, a saber, a amar. Não quero aprender aquilo que já sei. Mas agradeço que me ensinem a sorrir. Não tu. Alguém mais humano. Essa tua falta de inteligência cerebral surpreende-me. Sei o que fazes sem te mexeres. Sei o que sentes sem falares. Sei, simplesmente porque foste uma parte essencial do meu corpo. Vou amar-te enquanto tiver medo de lembrar tudo aquilo que vivemos. O primeiro olhar. O primeiro toque. O primeiro abraço. O primeiro beijo. E aquele sim que, apesar da vulgaridade do advérbio, foi mais importante que qualquer outro sonho realizado. Mas acabou. Os sonhos maus também existem, chamam-se pesadelos, e claro que os tenho. Não te posso chamar sonho. Mas não te posso chamar pesadelo. Desilusão, deve ser isso que sinto neste momento. Uma traição que não perdoarei, é o que esta esperança perdida representa. Traição da vida, cruel e insensata, como todos os corvos pretos que devoram os cadáveres putrefactos da morte.

Estou aqui, não estou contigo. Estou aqui, mas tenho medo. Só posso dizer obrigado. Obrigado pela pureza dos sentimentos que fizeste nascer dentro de mim. Obrigado pela raiva que despertaste dentro de mim. Obrigado por me teres amado e por me teres feito amar-te. Talvez tenha sido apenas coincidência, mas fomos felizes juntos. Fomos. Já não somos. Tento escrever aqui tudo o que a tua presença causa. Mas as palavras começam a fluir cada vez mais dificilmente. Parecem reticentes em transmitir o significado que carregam na sua imensidão artística. Tenho medo.

Tenho medo que leias isto. Tenho medo que te rias. Tenho medo que chores. Tenho medo que desprezes o real sentido desta simples mensagem.

“Está quieto”, digo a mim próprio. Mas o coração não concorda, e ordena-me que escreva. Não consigo parar. Esse mesmo coração, remendado, diz que tenho medo. Eu acredito. Acredito, tal como acreditei em nós. Confio nesta chuva que cai e me arrefece o espírito.

Tenho medo que reflictas e decidas voltar ao que éramos. Porque a nossa história começou e acabou. Tenho medo de a reabrir. Tenho medo, medo de ainda gostar de ti.

5 comentários:

Tiago Vasconcelos disse...

Oh meu deus, tu escreves mesmo bem. Lembraste dos textos que nós trocamos nas ferias ? Ainda os tenho *-*

Tiago Vasconcelos disse...

Preferes nada. Escreves bem melhor

Anónimo disse...

Gosto Deste xD

RubenVieira '

Anónimo disse...

óh phouphinho este texto é lindo x'3

Guhz

Anónimo disse...

J o conhecia...escrito na aula de história que estavas comigo...

Adorei, e continuo a adorar...

e Adoro'te a ti Luizinho...

* não tenhas medo.. Um dias encontrarás respostas às tuas perguntas...talvez descubras e fiques feliz quando perceberes que talvez estejas errado... dizes q nao é real, mas eu noto no teu olhar que não é bem assim...

RitaSousa