amo-te tanto

(Agosto de 2009, 3h da manhã)

Foi quando tudo começou

Que me senti assim

Foi quando tudo começou

Que olhaste para mim

É tão difícil olhar

E não poder tocar

É tão fácil fingir

O que não posso sentir

Passei-me

Bati com a cabeça na parede

Soltei a raiva

Mas fiquei com sede

Saí e fumei um Paiva

Fartei-me

Vi os programas merdosos

Das madrugadas na TV

O problema é serem pirosos

E não sei o porquê

De sentir esta vontade

Esta sensação

Esta verdade

Atirar-te prá linha do comboio

Na estação

Amor rima com cor

Azul é a cor do céu

Amor rima com cor

Meninas de mamocas ao léu

É tão difícil sonhar

E não realizar

É tão fácil insistir

E não cumprir

Foda-se

Espetei o teu carro

Contra um muro

A fumar um charro

Esqueci-me, não tens seguro

Diz-se

Que cheiras, que fedes

Não lavas essa sujidade

Das palavras que não medes

Já não tens idade

Para merdas destas

Mentiras ranhosas

Muitas festas

E pouca vergonha

Nessas tetas rançosas

Ai amor

Esse teu cheirinho fresquinho

Dá-me cor

Deixa cá um arzinho

Ai amor

Nunca dormes sem carneiros

Com essa cor

Tás pior que o Barreiros

Ai amor

Já nem te dói nada

Quando abres tanto

Essa gruta assanhada

Sabe bem ser sincero

Três da manhã

E continuas a mesma merda

Dorme bem

Até amanhã

Se ainda viveres

E nada disto seria real

Até porque a culpa é tua

Escolheste o mal

Agora aguenta-te na rua

Se chove, não interessa

Quando chovia e eu queria

Dizias “doi-me a cabeça”

E eu nunca que sorria

Agora deixa-me que te diga

És mais um ponto na história

Apago-te, minha amiga

E deixo-te a glória

De seres quem és e gostares

Adeus, enquanto te amares

Assim dessa maneira bruta

Acredita, és a maior puta

Sabe bem ser sincero

Quatro da manhã

E desisto de te mudar

Dorme mal

Até sempre

Experimenta pensar