terça-feira

perdi um pouco da ingenuidade que tinha. acho que é da idade. a idade avança, a ingenuidade diminui, deve ser essa a equação. ou fórmula para a destruição. ainda tenho que reflectir bem e chegar a um veredicto conclusivo. hoje apetece-me usar palavras ao calhas, não ter nenhum critério, e não chegar a lado nenhum. não vale a pena ter destinos, porque se alteram sempre. nada é fixo definitivamente. se fosse, as coisas perdiam um pouco da sua originalidade. e depois da perda, que venha a esperança de regressar, porque talvez nem se dê ao trabalho de o fazer. ou então que tenha início o futuro, triste personagem da vida que, vincadamente fixo, se altera por dá cá aquela palha. as palavras saíram sem nexo, sem coesão, sem qualquer tipo de sentido. mas saíram. dir-se-ia que estou louco por não querer levar as palavras de encontro aos factos. que se danem os que diriam. eu falo mais alto que os que murmuram, a minha voz levanta-se por entre as brisas, como um vento do deserto. porque não preciso de me esconder atrás do rumor, basta-me seguir à frente da verdade.

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