segunda-feira

eu vou tocar o céu com a ponta dos dedos. eu vou ser livre. eu vou sorrir sem medo. eu vou acordar sem presas. eu vou vencer sem dificuldades.

não.

eu não vou ser nada disto. não vou ser nada do que sonhei, porque nos sonhos a realidade era demasiado perfeita. não quero. não quero tamanha perfeição. mais porque depois não a consigo alimentar. e não por a recear ou abominar.

não.

sou escravo destas mudanças constantes e das vontades de outrém ("por favor, identifique-se"). estou preso à história, por mais que o futuro mude, o passado está lá. não muda. não quer mudar.

não.

mas continuo a dizer sim quando preciso. o não só vem quando o sim não tem razões para sair e ser livre. e por livre entenda-se a facilidade de circulação em canais auditivos. por isso, por não me quereres ouvir, eu digo não.

digo não à prisão em que te vais tornar - se há alguma coisa a que me quero prender, é a vida. não a ti.

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