terça-feira

tudo o que eu te dou

... e tu (não) dás a mim. a história repete-se vezes sem conta. eu faço tudo, tu fazes 0. eu tento tudo, tu nem sequer pensas no que poderá ser tentar. custa assim tanto perder um bocadinho de tempo para ser diferente e mudar o rumo das coisas? se eu dissesse que não me importo, estaria a mentir. importo-me, sim, mas não significa que me vá importar para sempre, ad eternum. E por falar em latim, pra mim as dúvidas que tenho soam a puro e duro latim, ou seja, não as percebo e não há forma de responderes indiretamente a elas. de forma alguma. compreendo que seja complicado pôr os pensamentos a funcionar e dar-lhes vida. o que não compreendo é que seja complicado por tanto tempo. os limites existem para serem atingidos, provavelmente. mas não para serem ultrapassados por mil quilómetros. não quero disputar atenção com falsidades e com perdas de tempo que são as cobaias presas à monotonia. é tudo tão simples, mas tornas tudo em coisas tão complexas que eu nem percebo se sou eu aqui a escrever, se um qualquer alter-ego que desconheço e que se está a manifestar contra a minha vontade. sei tanto que nem sei por onde começar a falar de tudo. não sei se comece pelo que é mais óbvio, se pelo que está mais íntimo e disperso nisto tudo. só queria ter trunfos debaixo da manga para usar agora e descartar-me da hipótese de perder o que tenho vindo a (tentar) conquistar. mas nem mangas tenho, portanto os trunfos estão noutro sítio qualquer que não comigo. adorava conseguir limitar este efeito que tens em mim, mas não faço milagres (também adorava ser santo milagreiro, mas...). pensando melhor, talvez isto até nem seja mau de todo. pode ser uma oportunidade para eu ser comodista e me deixar ficar assim, me deixar levar e esquecer tudo lentamente para poder voltar atrás caso me arrependa. ou talvez isso seja pior e eu fique mais em baixo. se é que isso é remotamente possível. não consigo prever o desfecho de tudo isto. até pode ser, provavelmente, só mais um filme da minha mente que me faz falar desta fora. se o for, tem que ter um final feliz, digno de registo cinematográfico, ao nível de qualquer grande produção de hollywood. mas, na verdade, é tudo um grande devaneio agora que acordo para a vida e percebo que tenho estado a sonhar com o que não existe nem vai existir.

foi uma boa noite, um grande sonho e ainda melhor experiência. mas tudo o que é bom tem um fim. e tudo que não é real tem um efeito maior, mas menos eterno. só me resta guardar na memória os bons pedaços de vivência que vão restando, porque infelizmente não posso manter tudo. quando estiveres de volta, avisa-me. até lá, vou continuar a sonhar de forma a estares aqui sempre e imaginar que nunca mudaste e tudo está perfeito. imaginar que tudo o que te dou, tu dás a mim em medida igual. sonhar com a perfeição que não existe.

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